Sob o sol da Toscana: roteiro de 5 dias na região
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Sob o sol da Toscana: roteiro de 5 dias na região

Por Camilla Ribeiro    Postado em 16.10.2019

Cidadezinhas medievais charmosas, história renascentista, vinhedos a se perder de vista, campos de girassol… essas são apenas algumas imagens que passam pelas nossas cabeças, quando pensamos na Toscana. A região, que respira história, charme e beleza natural, é tudo isso e muito mais! Estive lá em julho, durante as minhas férias pela Itália e França (confira aqui o roteiro completo) e voltei completamente apaixonada!

Cenários bucólicos, na região vinícola de Chianti Classico (Foto: Viagem no Detalhe)
A bela Florença ( Foto: Viagem no Detalhe)
A icônica Ponte Vecchio (Foto: Viagem no Detalhe)

// QUANDO IR?

A região da Toscana pode ser visitada a qualquer época do ano, mas recomendo fugir do verão, para evitar as altas temperaturas e as multidões que povoam suas cidades mais ainda nessa época.

Infelizmente, não pude seguir minha própria dica rs, pois aproveitaria minha viagem para visitar os campos de lavanda da Provence (confira tudo sobre essa visita nesse post aqui), que só florescem justamente no verão.

// QUANTO TEMPO FICAR?

Não tem mínimo, vale aqui aquela regra de quanto mais melhor. Eu fiquei 5 dias inteiros e foi ótimo, mas se tivesse mais tempo teria ainda tido muita coisa para conhecer. Recomendo no mínimo 4 dias na região da Toscana.

// COMO SE LOCOMOVER?

maneira mais prática de se locomover na Toscana é alugando um carro! Diversas cidades (especialmente as menores) não são acessíveis de trem e, dirigindo, você fica com mais liberdade para montar sua programação.

Mas se você preferir não dirigir na viagem, não se preocupe! Também é completamente possível conhecer várias cidades da região, utilizando apenas transporte público. Nesse post, vou dar todas as alternativas possíveis!

// QUAL A MELHOR BASE?

As cidades base mais comuns para se explorar a região da Toscana são Florença e Siena. Entre as duas, para mim, sem dúvida alguma, a melhor é Florença! A cidade é maravilhosa, super bem localizada e com muitas atrações próprias.

Acho Florença perfeita como base tanto por estar próximo de tudo (e com muitos meios de transporte eficientes: trem, ônibus…) como por também ser inesgotável em atrações, gastronomia etc.

// ONDE SE HOSPEDAR?

Quem acompanha o blog há um tempo, sabe o quanto eu amo me hospedar em locais com história (contei mais sobre isso nesse post aqui). Assim, quando descobri o The Frame  – hotel localizado no prédio em que o quadro da Monalisa foi encontrado, em 1913, após ter sido roubado do Louvre –, não tive dúvidas que era lá que me hospedaria em Florença!

Nosso quarto no The Frame Hotel (Foto: Viagem no Detalhe)

A escolha foi muito acertada: o hotel é novíssimo e está tinindo! A decoração, toda inspirada na temática do roubo da Monalisa, conta com muitas reproduções do quadro em estilo pop da coleção do proprietário do hotel. A localização é perfeita, próximo de tudo (fiz tudo a pé por lá).

Os quartos possuem design moderno e são super espaçosos e confortáveis. O café da manhã é uma delícia, farto e com itens diferenciados. Outro ponto alto do hotel, na minha opinião, é a cave subterrânea, com opções de vinho em taça numa máquina, que você pode, a qualquer tempo, se servir, com um cartão eletrônico. Achei muito legal poder passar lá, para uma taça, depois do jantar.

A cave subterrânea do The Frame Hotel (Foto: Viagem no Detalhe)

Por fim, o atendimento extremamente simpático e atencioso do The Frame também merece destaque! Recomendo muito o hotel – reserve (sem custo adicional) aqui.

Se preferir, pesquise aqui outras opções de hotel em Florença.

// O QUE FAZER?

Nesse post, assim como fiz com as dicas de Roma, vou compartilhar o dia a dia do meu roteiro pela Toscana, para facilitar a organização de vocês. Mas é importante frisar que a região da Toscana tem muitas cidades charmosas e opções de passeios, esses são apenas os que eu selecionei para o meu roteiro.

#DIA 1: Pisa e Lucca

Pisa é a cidade natal do físico Galileu Galilei, foi lá, aliás – mais precisamente, na Torre de Pisa –, que ele fez seu famoso experimento sobre a velocidade da queda dos objetos. A cidade é repleta de monumentos construídos em estilo românico-pisano. Apesar de pequena, Pisa é super turística, em função do forte interesse dos viajantes em conhecer a famosa Torre de Pisa.

Cheguei em Florença, vindo de Roma, de manhã e, após fazer check in no hotel, já peguei um novo trem, para Pisa. A viagem dura cerca de 1 hora até a estação Pisa centrale, que fica a uns 20 minutos de caminhada da famosa Torre de Pisa.

Apesar de ter visto em muitos blogs a recomendação para descer na estação de San Rossore (que é mais perto da torre), optei, propositalmente, por descer em Pisa Centrale, pois assim, poderia caminhar um pouco e ter uma noção da cidade. E quer saber? Admito que me surpreendi! Eu nunca tive muita vontade de conhecer a torre de Pisa (o Leandro tinha, por isso incluímos no roteiro), mas achei a cidade bem simpática e acolhedora.

Rio Arno, em Pisa (Foto: Viagem no Detalhe)

➦ Igreja de Santa Maria della Spina – seguindo da estação Pisa Centrale, pela Via Francesco Crispi, você irá passar pela ponte que cruza o Rio Arno e avistar as históricas construções de sua margem. Dentre elas, uma se destaca e merece sua visita: a bela Igreja de Santa Maria della Spina, construída, em estilo gótico, em 1230.

A charmosa Igreja de Santa Maria della Spina (Foto: Viagem no Detalhe)

➦ Piazza del Duomo – Depois de contornar o rio Arno, seguindo o fluxo, você chega, sem dificuldades a essa a praça onde estão as principais atrações da cidade: a Catedral de Pisa (Duomo), o Battistero, o Camposanto e a Torre de Pisa. Num quiosque no entorno dela, é possível adquirir ingresso para visitar o interior dos monumentos – recomendo entrar no Duomo, que é lindo!

Torre de Pisa – Sua construção durou 177 anos, tendo início em 1173 e, logo nesse ano, já começou a afundar! A peculiaridade da construção acabou trazendo fama mundial ao monumento. É possível subir no topo da Torre, mas eu não fiz questão (dizem que dá muita vertigem) .

A icônica torre (Foto: Viagem no Detalhe)

➦ Duomo de Pisa – bela catedral de mármore em estilo romântico-pisano. Dentro do Duomo, se destacam o púlpito com figuras em relevo e o mosaico com a imagem de Jesus.

Estilo romântico-pisano do Duomo (Foto: Viagem no Detalhe)

➦  Battistero – como o nome já indica, é um local de batismo, dedicado a São João Batista. Sua construção foi iniciada em 1152, nas interrompida e somente retomada 1 século depois. Por causa disso, notamos que o estilo arquitetônico do Battistero é uma mescla entre os estilos romântico-pisano e gótico.

Local de batismo dedicado a São João Batista (Foto: Viagem no Detalhe)

Camposanto – é um cemitério, localizado ao lado do Duomo. Conta com a particularidade de possuir uma terra especial trazida pela Quarta Cruzada da Terra Santa para sua fundação, a qual há quem diga que teria propriedades especiais, fazendo com que os corpos sob ela fossem decompostos em apenas 24 horas.

Lucca é uma charmosa cidade murada, fundada em 180 a.C. e localizada a apenas 20 minutos, de trem, de Pisa (a partir da estação Pisa San Rossore). Assim, é muito fácil combinar uma visita às duas cidades no mesmo dia.

Apesar de ter visto essa recomendação em todas as minhas pesquisas prévias à viagem e de ambas as cidades serem pequenas, confesso que gostaria de ter tido mais tempo para curtir Lucca. A cidade é uma graça e cheia de barzinhos de vinho (afinal, estamos na Toscana, né?). Então, apesar de não ter muita programação por lá, gostaria de ter ficado mais tempo de bobeira, degustando vinhos sem me preocupar com a hora de voltar.

Cantinhos charmosos de Lucca (Foto: Viagem no Detalhe)

Uma forma gostosa de explorar Lucca é alugando uma bicicleta para dar a volta nos 5 km de muralha da cidade. Aliás, as muralhas são a razão pela qual Lucca se encontra tão preservada até os dias de hoje: no século XVI, foram levantados extensos muros, a fim de proteger a cidade que, ironicamente, jamais se envolveu em qualquer batalha. Assim, Lucca se mantém praticamente intacta até os dias de hoje.

O que eu mais gostei de fazer lá foi caminhar sem rumo, explorando cada cantinho charmoso e os muito wine bars. Pra ser sincera, quando vi que Lucca tinha tantos lugares legais para degustar um bom vinho, abandonei meu roteiro e foquei nisso! Rs…

Santa Cristina – bar de vinhos delicioso e super charmosinho . Tem mesas internas e externas, difícil escolher o melhor lugar pra sentar! Um detalhe simpático foi que, ao pedirmos taças de vinho local, eles colocaram alguns petiscos de cortesia na mesa – detalhes que fazem a diferença, né?

Endereço: Piazza XX Settembre, 2, 55100 Lucca 

Local Food Market Lucca – mais um super achado em Lucca, é uma mistura de mercado com barzinho. Comemos vários petiscos locais e bebemos um bom vinho lá. Antes de ir embora, ainda fizemos algumas compras de guloseimas. Super recomendo!

Vinho e aperitivos, no Local Food Market Lucca (Foto: Viagem no Detalhe)

Endereço: Via S. Paolino, 116, 55100 Lucca

➦ Igreja San Michele in Foro – construída onde antes se localizava o antigo Foro Romano, essa igreja é muito peculiar. A decoração de sua fachada é predominantemente pagã, gerando dúvidas sobre se, de fato, trata-se de uma igreja. Mas a imagem de São Miguel, no seu topo, não deixa dúvidas de que é uma construção cristã.

Mistura de estilos na Igreja San Michele in Foro (Foto: Viagem no Detalhe)

➦ Torre Guinigi – torre remanescente da villa renascentista construída pelo líder da família que governou Lucca no início do século XV, Paolo Guinigi. Uma curiosidade é que no topo da torre cresceram inusitados carvalhos. Dá para subir em seu topo e dizem que a vista é bonita, mas eu preferi não subir.

A Torre Guinigi, em Lucca (Foto: Viagem no Detalhe)

➦ Outros pontos de interesse em Lucca, que não tive tempo de visitar: Casa di Puccini (casa-museu do compositor de óperas Giacomo Puccini), Anfiteatro Romano, Catedral de Lucca – San Martino, Basilica di San Frediano e Palazzo Pfanner (queria muito ter ido, dizem que seus jardins são uns dos mais bonitos da Toscana).

#DIA 2 – Florença

Florença foi a segunda cidade que visitei nessa viagem para a Itália e minha base para explorar a região da Toscana. Achei a cidade linda e cheia de história e gostei de ter feito base lá, pois pude explorá-la não só nos dias que dediquei a isso no meu roteiro, mas também depois dos bate-voltas que fazia para outras cidades.

Como há muito a ser conhecido em Florença, achei melhor fazer um post separado para falar dela. Clique aqui, para conferir meu roteiro com todas as dicas de Florença.

Ponte Vecchio e a bela Florença (Foto: Viagem no Detalhe)

#Dia 3: San Gimignano

San Gimignano é uma das cidades medievais mais charmosas da Toscana! Não é à toa que é classificada como patrimônio mundial da UNESCO. Nos séculos XII e XIII, San Gimignano era uma das cidades mais prósperas da região, especialmente pela sua localização privilegiada, entre o norte e o sul da Itália. Contudo, após o surto da peste negra, que assolou a Europa no século XIV, a cidade acabou se submetendo ao poderio de Florença.

Vistas de San Gimignano (Foto: Viagem no Detalhe)

Nos áureos tempos, as famílias ricas locais disputavam o poder através da contrução de torres, quanto mais alta a torre, mais poderosa e influente era a família. Isso explica a quantidade de torres em San Gimignano, que é inclusive conhecida como “Cidade das Torres”. Hoje, restam 14 torres daquela época, sendo que apenas 1 delas pode (e deve!) ser visitada – a Torre Grossa.

Caminhar pelas ruas de San Gimignano parece uma volta ao tempo, a cidade é super preservada e pode ser toda percorrida a pé (até mesmo porque veículos não são autorizados a circular lá dentro). Para quem não está de carro, é bem fácil chegar lá: basta pegar um  trem ou ônibus de Florença até a estação de Poggibonsi e, de lá, pegar um ônibus até San Gigmignano. Os ônibus são circulares e o trecho final do trajeto leva em torno de 25 minutos.

Portão de entrada de San Gimignano (Foto: Viagem no Detalhe)

➦ Se perder pelas ruelas da cidade – esse é o principal atrativo de San Gimignano: andar sem pressa, explorando as mil e uma lojinhas, restaurantes, provando os produtos locais (como os salames) e tudo mais. É uma delícia!

As típicas lojas de embutidos e produtos locais (Foto: Viagem no Detalhe)

➦ Gelateria Dondoli – essa sorveteria ganhou o concurso de melhor sorvete do mundo nos anos de 2006/2007 e 2008/2009 e, obviamente, é uma sensação local. Não sei se é o melhor sorvete do mundo, mas, com certeza, é uma delícia! A gelateria fica na piazza della cisterna e é bem fácil localizar, devido à fila rs e às indicações das premiações.

Gelateria Dondoli: o melhor do mundo?! (Foto: Viagem no Detalhe)

➦ Torres de San Gimignano – no passado, a cidade já chegou a contar com 72 torres, simbolos do poder das famílias abastadas locais. Hoje, restam 14 delas, sendo que apenas 1 é aberta à visitação – a Torre Grossa. O grande barato de subir nela (além de vivenciar essa herança histórica) é a vista deslumbrante da cidade que se tem lá de cima: toda a arquitetura de San Gimignano e os vinhedos da toscana, ao fundo.

Torre Grossa, a única que se pode visitar na cidade (Foto: Viagem no Detalhe)
A vista do topo da Torre Grossa (Foto: Viagem no Detalhe)

Osteria Enoteca I Quattro Gatti – dica de um retaurante delicioso e com um ambiente super charmoso! Lá, comi a melhor lasanha da minha vida! Escolha uma mesa na área externa e não deixe de degustar uma taça de Vernaccia, o vinho branco local.

Osteria Enoteca I Quattro Gatti (Foto: Viagem no Detalhe)
Melhor lasanha que já comi na vida! (Foto: Viagem no Detalhe)

➦ Cerâmica local – As cerâmicas artesanais de San Gimignano são a coisa mais linda do mundo! É uma ótima opção de souvenir para trazer de viagem! Eu comprei pazinhas, copinhos de limoncello e uma rolha de vinho.

O belíssimo trabalho em cerâmica local (Foto: Viagem no Detalhe)

#Dia 4 – Vinícolas de Chianti Clássico

Um dos grandes atrativos de uma viagem pela Toscana é conhecer seus vinhedos e degustar os maravilhosos vinhos lá produzidos. São duas as principais regiões vinícolas visitadas pelos viajantes: o Val D’Orsia, que abriga as famosas cidades de Montalcino e Montepulciano, e a região de Chianti Clássico. Eu escolhi essa última e visitei 3 vinícolas na região, num passeio que durou o dia todo, com a empresa Grape Tours Italy.

Como apaixonada por vinhos que sou, pesquisei muuuito com quem fechar esse passeio (optamos por não dirigir para ter mais tranquilidade nas degustações), afinal, seria um dos pontos altos do roteiro! E, apesar de não ter sido um serviço barato (o passeio escolhido custou 250 euros por pessoa), fiquei bastante satisfeita com nosso dia em Chianti Classico.

Os grandes diferenciais da Grape Tour Italy, para mim, foram o foco em atender grupos pequenos (no meu passeio fomos só eu, Leandro e mais um casal), o profundo conhecimento dos profissionais e a curadoria impecável das vinícolas. Como só dedicaria um dia exclusivamente para degustação de vinhos, era muito importante que a escolha das vinícolas fosse certeira e posso dizer que terminei esse dia com a sensação de ter feito a melhor escolha! 😊

Começamos o dia às 8:45h, no escritório da empresa, que fica em Florença. Lá, foi oferecido café e uns docinhos, enquanto aguardávamos dar 9h para partir. Pontualmente, pegamos o transfer e seguimos para as vinícolas. Na rota, nosso guia nos contou sobre a região de Chianti Classico, a história da produção de vinhos por ali e um pouco sobre os lugares que visitaríamos.

La Massa – A primeira parada do passeio foi na La Massa, vinícola de vanguarda e que produz excelentes rótulos.

Lá, depois de visitar as premissas e aprender um pouco mais sobre o processo produtivo, degustamos 3 super toscanos: La Massa, Carla e Giorgio. Todos excelentes, mas meu favorito, unicamente por uma questão de gosto, foi o segundo (100% sangiovese).

Os rótulos da La Massa (Foto: Viagem no Detalhe)

Podere Poggio Scalette – a segunda vinícola visitada, de cara, surpreendeu com um super visual! Lá, percorremos suas premissas, aprendemos sobre a história da casa e logo passamos à confortável sala de degustações. Em uma longa mesa, de frente para uma janela que mais parecia um quadro, degustamos diversos rótulos, todos muito bons!

A vista da sala de degustação da Podere Poggio Scalette (Foto: Viagem no Detalhe)
Rótulos que degustamos na Podere Poggio Scalette (Foto: Viagem no Detalhe)

➦ Almoço no Ristoro di Lamole – é um dos restaurantes mais clássicos e conceituados da região. A vista do Lamole é de cair o queijo. Lá, com bastante calma, fizemos nossa refeição de 3 etapas, harmonizada com vinho local.

Fiquei impressionada, pois geralmente esses passeios fechados não oferecem as melhores experiências gastronômicas, mas esse almoço foi definitivamente uma super experiência – ambiente lindo, comida e bebida muito boa e atendimento atencioso, tudo ótimo!

Vecchie Terre di Montefili – essa foi a última vinícola que visitamos e, para mim, a mais linda de todas!

Cada cantinho, um encanto, na Vecchie Terre di Montefili (Foto: Viagem no Detalhe)
Com nossos vinhos e nossa anfitriã na vinícola (Foto: Viagem no Detalhe)

Nessa parte da Toscana, a Cabernet Sauvignon se dá tão bem quanto à famosa Sangiovese, o que pudemos constatar na degustação. Na Vecchie Terre di Montefili, degustamos mais 4 vinhos, acompanhados de presunto de parma fatiado na hora. Realmente, um final com chave de ouro para esse dia, explorando a região de Chiati Classico!

Degustação na Vecchie Terre di Montefili (Foto: Viagem no Detalhe)

#Dia 5 – Siena

Siena foi a última cidade que visitei na Toscana e, apesar de ter gostado de lá,  foi minha “menos favorita” rs… Siena é linda e conta com mais de 800 anos de história, mas não me emocionou tanto como tantas outras cidades medievais que visitei nessa viagem e Florença, por exemplo. Se pudesse escolher, sabendo o que sei hoje, acho teria trocado meu dia lá por Cortona ou Arezzo, que não tive tempo de conhecer dessa vez..

Quando escrevi aqui no blog sobre Roma, falei sobre a mitologia da cidade ligada aos seus fundadores, Rômulo e Remo. Reza a lenda que foram os filho de Remo, Senio e Ascanio, que fundaram Siena. A cidade teve seu apogeu entre os anos de 1260 e 1348, época em que mantinha forte rivalidade com Florença, até ser devastada pela Peste Negra, como também ocorreu com San Gimignano.

Para quem não está de carro, a forma mais fácil de chegar lá, a partir de Florença, é de ônibus. O trajeto dura pouco mais de uma hora e há ônibus frequentes, partindo da rodoviária de Florença para lá.

Duomo di Siena – é um dos cartões postais da cidade. A fachada da  igreja é belíssima, toda em mármore colorido e mosaicos, mas, para mim, seu interior é ainda mais especial. O Duomo abriga esculturas de Michelangelo e Donatello e conta com um pavimento que é um verdadeiro tesouro. Para ter uma ideia da sua importância: o pavimento é ornamentado com 56 requadros (alguns datados da segunda metade de 1300!), feitos em mosaico de mármore, com cenas da Revelação.

O Duomo di Siena (Foto: Viagem no Detalhe)

Outro ponto que merece destaque no interior do Duomo é a Libreria Picolomini, espaço criado em homenagem ao papa senese Pio II, com o objetivo de abrigar seu acervo de livros. O cômodo é belíssimo, suas paredes são repletas de afrescos, que recriam histórias da vida do papa.

A Libraria Picolomini, dentro do Duomo (Foto: Viagem no Detalhe)

Museu dell’Opera – esse museu abriga os itens remanescentes da obra de expansão do Duomo di Siena. A ideia inicial do projeto era expandir a catedral, para torná-la a maior igreja existente na época. Essa obra, contudo, jamais terminou, de modo que o espaço passou a ser utilizado para guardar as relíquias da igreja e alguns objetos que seriam usados na própria obra.

Sabendo de tudo isso, o museu parece ser bem desinteressante, né?! E não vou mentir, realmente não é meu estilo de museu, mas a visita vale muito a pena para ter acesso ao alto do Facciatone!

Facciatone – é a fachada inacabada da expansão do Duomo di Siena. O acesso é feito por dentro do Museu dell’Opera e a vista da cidade, lá de cima, é simplesmente fabulosa! Não se assuste se encontrar uma pequena fila lá dentro para a subida. Como o acesso é limitado a uma certa quantidade de pessoas por vez, é normal ter que esperar um pouco, mas é bem rapidinho.

Vista deslumbrante do topo do Facciatone (Foto: Viagem no Detalhe)

Uma dica para economizar, caso queira visitar todos esses monumentos e mais a Cripta da catedral e o Batistério, é adquirir o OPA PASS (vende na própria praça, em frente ao Duomo). Esse passe dá direito à entrada (corta fila) em todos esses locais e sai mais em conta do que comprar as entradas separadamente.

➦ Piazza del Campo – localizada no centro da cidade, é a principal praça de Siena. É lá que acontece a festa mais famosa da região: o Palio di Siena. Quando estive na cidade, eles estavam já organizando tudo para o evento, que aconteceria pouco depois. Essa, aliás, deve ser uma ótima época para visitar Siena (e talvez, se tivesse a visitado durante o Palio, acho que poderia ter me interessado mais por ela).

A Piazza del Campo, onde ocorre o Palio (Foto: Viagem no Detalhe)

O palio é uma festa religiosa em homenagem a Nossa Senhora e ocorre, todo ano, nos meses de julho e agosto. Na festa, as contratas (bairros) da cidade, disputam entre si uma corrida de cavalos, onde vence quem dá a a volta ao redor da praça mais rápido. A rivalidade entre as contratas é enorme e os seneses são super orgulhos da contrata de que fazem parte. Quando estive lá, já se viam as bandeiras de cada uma delas espalhadas pela cidade.

As bandeiras das contratadas já penduradas pela cidade (Foto: Viagem no Detalhe)

Nos entornos da Piazza del Campo, há vários restaurantes, cafés e lojinhas, então também pode ser um lugar interessante para almoçar.

➦ Palazzo Público – é a prefeitura da cidade desde 1930 e abriga o Museu Cívico. La dentro fica também a entrada para a Torre del Mangia.

➦ Torre del Mangia (ou Torre do Sino) – com 102 metros, essa é a torre mais alta de Siena (é tão alta quanto o Duomo). Para chegar ao topo, é preciso encarar seus 400 degraus que dizem dar para uma vista incrível. Eu optei por não subir, pois já tinha subido no Facciatone.

➦ Fortezza Medicea – fortaleza construída entre os anos de 1561 e 1563 por Cosimo I di Medici, na época que a cidade encontrava-se sob o domínio da poderosa família Medici, de Florença. Atualmente, funciona como um belo jardim público. Eu acabei não tendo tempo de visitá-lo, mas acho que deve ser bem bonito!

Trattoria Stalloreggi – simpática osteria em que almocei. Simples, mas com comida super autêntica. Pegamos uma mesinha na calçada e aproveitamos para provar o Pici, um macarrão toscano sem ovos, que é a especialidade de Siena. Delicioso!

Almoço delicioso na Trattoria Stalloreggi (Foto: Viagem no Detalhe)

Endereço: Via Stalloreggi, 37, 53100 Siena 

Provar as especialidades da confeitarias de Siena – não saia de Siena sem provar o Panforte (um bolo à base de amêndoas, bem macio) e o Zuccotto (um bolo recheado de creme, avelãs, amêndoas e chocolate), especialidades das confeitarias da cidade. Provei ambas na tradicional Nannini e gostei!

O panforte de Siena (Foto: Viagem no Detalhe)

***

A região da toscana é mágica e uma viagem a Itália não está completa sem explorá-la devidamente! Os cinco dias que passei lá me permitiram imergir nos seus segredos, mas, sem dúvidas, ainda há muito o que explorar… já quero voltar! 🙂

Obrigada pela visita!

Beijos, Camilla

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3 Comentários
  1. Aline
    16.10.2019

    Amei o post e as dicas! Toscana é tão lindo que tenho vontade de voltar mil vezes, ainda mais depois de ler teu post! Parabéns!

    • Camilla
      17.10.2019

      Ah, que bom que gostou! Fico muito feliz de saber, muito obrigada!! Toscana é uma região para voltar sempre 🙂

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