Roteiro de 4 dias em Santo André: paraíso do sossego, no sul da Bahia
Bahia Brasil Santo André

Roteiro de 4 dias em Santo André: paraíso do sossego, no sul da Bahia

Por Camilla Ribeiro    Postado em 11.01.2020

No segundo dia de 2020 embarquei para minha primeira viagem do ano: fui conhecer Santo André, um pacato vilarejo localizado no sul da Bahia.

Santo André ficou mais conhecido quando a seleção da Alemanha se hospedou lá, durante a Copa do Mundo de 2014. Mesmo assim, ainda mantem uma áurea de tranquilidade inacreditável. A praia tem baixíssima densidade demográfica, você anda, anda, e encontra meia dúzia de pessoas. Nunca achei que fosse, a essa altura da minha vida de viajante, encontrar um lugar assim, tão calmo e intocado, no litoral baiano.

A tranquila praia de Santo André (Foto: Viagem no Detalhe)
Banho de rio na praia do Guaiú (Foto: Viagem no Detalhe)
Praia das Tartarugas, minha favorita! (Foto: Viagem no Detalhe)

O vilarejo é aquele segredo que dá até um aperto no coração de revelar. Quem vai o guarda para si, com a intenção de não espalhar muito a dica do paraíso escondido. Mas eu, como boa blogueira e entusiasta da descoberta de novos destinos, não poderia jamais deixar de compartilhar as dicas de Santo André por aqui.

Dias de muito sossego e leitura, em Santo André (Foto: Viagem no Detalhe)
Entardecer no rio do vilarejo (Foto: Viagem no Detalhe)

Espero que você se encante tanto quanto eu e coloque o destino na sua listinha de desejos. Quer um motivo? Posso dar logo 3: é lindo, é fácil de chegar e é acessível. E aí, tá esperando o que?! 😀

// COMO CHEGAR?

O jeito mais prático de chegar a Santo André é voando até o aeroporto de Porto Seguro. Saindo do aeroporto, é preciso percorrer um trecho de carro + balsa, de aproximadamente 30km no total, para chegar ate o vilarejo.

Se você quer ter mais liberdade e planeja explorar Santo André e arredores, pode ser interessante alugar um carro, na saída do aeroporto. Eu sempre pesquiso e alugo pelo site Rentalcars.

Nós contratamos um táxi para nos buscar no aeroporto e levar até Santo André, ele cobrou R$ 180 (valor de jan/2020) por trecho, já com o ticket da balsa incluído. O contato do taxista que nos levou e buscou é: Gilson – (73) 99806-1563 ou (73) 99911-4736.

Ah, se você optar por fazer o percurso por conta própria, de carro, vale ficar atento aos horários da balsa. Apesar de funcionar 24h, os horários de saída (que, durante o dia, são de 30 em 30 minutos) passam a ser mais espaçados, a partir das 18h.

// QUANTO TEMPO FICAR?

Não tem mínimo nem máximo. Para entrar no clima, 3 dias inteiros me parece uma boa quantidade de tempo. Mas, se a ideia é descansar, quanto mais tempo, melhor. 

Dias de descanso nunca são demais, né?! (Foto: Viagem no Detalhe)

Vale lembrar que o sul da Bahia tem muitos lugares incríveis, que você pode aproveitar para também conhecer nessa viagem, como Trancoso, Arraial d’Ajuda, Caraíva, Praia do Espelho etc.

// QUANDO IR?

No sul da Bahia, em geral, as chuvas são muito bem distribuídas ao longo do ano. Ou seja, é possível visitar a região o ano todo, pois sempre há chance de pegar tempo bom (ou não rs).

Em tese, as épocas mais chuvosas do ano são os meses de abril, julho e outubro, mas já estive na região nesse período e não peguei chuva. Então, vai da sorte – na minha opinião, sempre vale arriscar!

// ONDE SE HOSPEDAR?

Antes de falar sobre os hotéis, propriamente, é preciso explicar um pouco da geografia local.

Santo André é um vilarejo pequeno, não há sequer um centrinho estruturado, apenas uma rua principal. De um lado, há o mar e, do outro, o rio. As opções de hospedagem se dividem em duas localizações: hotéis à beira mar (em frente à praia) e hotéis à beira rio (mais próximos da maioria dos restaurantes).

Rua principal do vilarejo de Santo André (Foto: Viagem no Detalhe)

Não vale muito a pena quebrar a cabeça na escolha entre um ou outro. As distâncias são pequenas e, em aproximadamente 20 minutos de caminhada, chega-se da praia aos principais restaurantes do vilarejo.

Eu escolhi ficar numa pousada à beira mar: a Vila Araticum e gostei bastante. O lugar é simples e rústico, mas a localização é perfeita, o atendimento é simpático e o quarto, confortável.

Quarto da Vila Araticum (Foto: Divulgação)
Acesso à praia, da Vila Araticum (Foto: Viagem no Detalhe)

O café da manhã poderia ser melhor, mas não é nada que prejudique a estadia. Gostei muito de ficar lá e achei a pousada perfeita para curtir dias de relaxamento no vilarejo. Reserve aqui (sem custo adicional) sua estadia na Vila Araticum.

Outras opções à beira mar que recomendo são: a Pousada Victor Hugo e o Village Mata Encantada.

Pousada Victor Hugo, na beira mar de Santo André (Foto: Divulgação)
Pousada Mata Village e sua estrutura de casa da árvore (Foto: Divulgação)

Para quem busca uma opção mais luxuosa, recomendo o hotel Campo Brasil, onde a seleção da Alemanha se hospedou, na época da Copa. O hotel é lindo, com uma piscina deliciosa e de frente para a praia.

Considerei ficar lá, mas estava já lotado. Fica para próxima. De toda forma, tive a oportunidade de conhecer o bar e o restaurante da Campo Brasil, como conto mais a frente, nesse post.

Hotel Campo Bahia, onde a seleção da Alemanha se hospedou (Foto: Divulgação)

Reserve aqui (sem custo adicional) sua estadia no hotel Campo Bahia.

À beira rio, recomendo a Pousada do Corsário (uma curiosidade: fui jantar lá uma noite e descobri que a Marisa Orth estava hospedada lá), que achei bem charmosa.

Visual da Pousada do Corsário (Foto: Divulgação)

Se preferir, pesquise aqui outras opções de hospedagem em Santo André.

// O QUE FAZER?

➦  Praia de Santo André – É a principal praia do vilarejo e é super tranquila. A densidade demográfica é baixíssima, a faixa de areia é média e o mar tem ondas discretas. Uma paz só!

Baixíssima densidade demográfica na praia de Santo André (Foto: Viagem no Detalhe)

Há algumas estruturas na praia, como a da Vila Araticum, o beach lounge da Pousada Victor Hugo e algumas barracas avulsas. Tudo com cadeiras de madeira, guarda sol e serviço de praia.

No meu primeiro dia, fiquei na estrutura da Vila Araticum (que é aberta a não hospedes) e curti muito. Comemos gurjão de peixe e lula empanada, acompanhados de um vinho branco – delícia!

Banho de rio – do lado direito da praia (de quem olha para o mar), há o rio. É uma delícia tomar um banho lá, no fim da tarde e apreciar as cores do céu, ao entardecer.

O rio, no fim da Praia de Santo André (Foto: Viagem no Detalhe)

➦ Praia das Tartarugas – no canto esquerdo da praia de Santo André, no sentido oposto ao rio, está a Praia das tartarugas. Foi a que achei mais linda da região!

A bela Praia das tartarugas (Foto: Viagem no Detalhe)
Cenário deslumbrante visto de dentro da Fazenda Amendoeira (Foto: Viagem no Detalhe)

A Praia das tartarugas consegue a proeza de ser ainda mais tranquila, com quase nenhuma onda, e vazia que sua vizinha! Lá só há uma 1 estrutura: a Fazenda Amendoeira, uma mistura de pousada, restaurante e barraca.

O chef do restaurante é um italiano radicado em Santo André e rolam até aulas de culinária por lá (consulte com antecedência para agendar). Na Fazenda é possível almoçar ou apenas petiscar e aproveitar a estrutura, pagando a consumação mínima (em jan/2020, era de R$50,00 por pessoa).

Um pouco da estrutura da Fazenda Amendoeira (Foto: Viagem no Detalhe)

Eu passei o dia lá e optei por apenas petiscar. O camarãozinho frito e a isca de peixe foram os melhores que provei, nesses dias em Santo André. Recomendo muito!

Deliciosos petiscos da Fazenda Amendoeira (Foto: Viagem no Detalhe)

Praia do Guaiú – localizada a aproximadamente 13 km de Santo André, essa praia ficou conhecida por abrigar o famoso restaurante da Maria Nilza – um dos melhores da região!

Praia do Guaiú, mais selvagem e rústica (Foto: Viagem no Detalhe)

Fui para lá especialmente para almoçar no restaurante (conto mais abaixo, nesse post, sobre minha experiência lá), mas gostei muito da praia também. A Praia do Guaiú é mais selvagem e tem, de um lado, rio e do outro, mar.

Mar e rio na Praia do Guaiú (Foto: Viagem no Detalhe)
Mergulho no rio, na praia do Guaiú (Foto: Viagem no Detalhe)

Como não estávamos de carro, fomos para lá de táxi (pedimos para nossa pousada chamar) e a corrida custou R$ 70,00 (ida e volta – valor de jan/2020).

Praia de Santo Antônio – mais uma praia nos arredores do vilarejo, fica a aproximadamente 8 km de Santo André. Não tive tempo de conhecer, mas ouvi falar muito bem de lá.

No ano passado, a Praia de Santo Antônio ganhou um quiosque/restaurante bacana, chamado Maroca da Praia, que tem atraído ainda mais viajantes para lá.

// ONDE COMER?

Apesar de ser um vilarejo pacato e rústico, Santo André surpreende na qualidade dos restaurantes. Há muitos lugares charmosos para comer por lá!

Vou listar aqui os que pude experimentar e deixo a dica de sempre confirmar o horário e o funcionamento dos restaurantes antes de ir, para não perder a viagem (muitos fecham cedo e alguns não abrem fora da temporada).

Gaivota – jantei nesse restaurante, que também funciona como pousada, na minha primeira noite em Santo André e não poderia ter começado de forma melhor minha incursão na gastronomia do vilarejo!

O ambiente do Gaivota é uma delícia: música gostosa, luz de velas, clima aconchegante e o visual do rio, que fica em frente à varanda do restaurante. A comida é deliciosa – provei o bobó de camarão, mas lá não tem erro, qualquer prato deve ser bom!

Visual do restaurante de dia (Foto: Divulgação)

Luz de Minas – restaurante, barzinho, cafeteria e brigaderia – assim se define o Luz de Minas, mais um cantinho charmoso de Santo André.

Apesar de ter pratos apetitosos no menu, fui lá apenas para sobremesa e drinks, depois de jantar, e aproveitei que estava tendo música ao vivo para curtir sem pressa o ambiente e a hospitalidade mineira do lugar. Gostei tanto que repeti 2 vezes a experiência!

Drinks e música ao vivo no Luz de Minas (Foto: Viagem no Detalhe)

Sant’anas – clássico e autêntico italiano do vilarejo. Está sempre bombando, por isso, vale a pena chegar cedo!

O ambiente é uma graça e os pratos são muito gostosos! Provei o tartar de polvo e o tagliatele com molho de limoncello. Buonissimo! 😀

Ambiente do Sant’anas (Foto: Viagem no Detalhe)

El Floridita – é o restaurante da Pousada Corsário, considerado um dos melhores do vilarejo. Os pratos mudam sazonalmente e a criatividade é sua marca registrada.

No meu jantar lá, provei a salada de lula com feijão de corda e o camarão na abóbora, com arroz negro e farofa de biri biri – tudo delicioso!

Caju – é o restaurante do Hotel Campo Bahia, onde se hospedou a seleção da Alemanha, na época da Copa do Mundo de 2014.

Reservei um jantar lá e aproveitei a oportunidade para conhecer um pouquinho o hotel (que aliás, é lindo!). Antes do jantar, tomei um drink no Champions bar, que fica em frente à piscina e é todo temático com motivos futebolísticos.

Drinks no Champions Bar (Foto: Viagem no Detalhe)

No dia que jantei lá, o menu do restaurante era buffet de comida baiana e, pelo valor fixo de R$ 80,00 (jan/2020), comia-se à vontade. Tudo muito farto e bem feito, gostei bastante da experiência!

Buffet de comida baiana no restaurante Caju (Foto: Viagem no Detalhe)

Sambaco bistroteco – barzinho simpático do vilarejo. Fica em frente ao restaurante Gaivota. Fui lá depois de jantar no Sant’Anas, para um drink e curtir a música ao vivo que estava rolando.

Tem opções de pratos e petiscos, para quem quiser passar a noite toda lá e é bem animado!

Noite de música ao vivo, no Sambaco (Foto: Viagem no Detalhe)

Aqui eu Maria Nilza – melhor experiência gastronômica da viagem!! O restaurante da Maria Nilza justifica, por si só, uma ida à Praia do Guaiú.

Assim que você chega no restaurante, que é pé na areia, já dá pra notar que se trata de um lugar especial. O cuidado com cada detalhe é visível: água de hibisco, toalhas e cangas disponíveis para os visitantes, cantinhos de contemplação e muito charme!

Entrada do restaurante (Foto: Viagem no Detalhe)
Estrutura do Aqui eu Maria Nilza (Foto: Viagem no Detalhe)

Mas quando vem a comida é que somos conquistados de vez! Provei os pastéis e, como estava sem camarão no dia, eles substituíram por lagosta (que chato! rs). Os pratos são todos feitos no forno à lenha e, apesar do menu todo ser de encher a boca d’água, não dá pra escapar do famoso arroz de polvo, que está intimamente ligado à história do restaurante e à fama conquistada pela Maria Nilza. É simplesmente de comer rezando!

Melhor arroz de polvo da vida!! (Foto: Viagem no Detalhe)
Um pouco da história do restaurante (Foto: Viagem no Detalhe)

No fim da refeição, a própria Maria Nilza passou de mesa em mesa, esbanjando simpatia, e conversou um pouco conosco. Uma querida!

Com a querida Maria Nilza (Foto: Viagem no Detalhe)

Na hora de ir embora, há ainda um ritual especial: ela oferece uma caixa para você tirar a sorte do dia e um trevo de 4 folhas, cultivado no seu próprio jardim. Quanta delicadeza! Impossível não se apaixonar!

Sorte grande é poder conhecer esse lugar! (Foto: Viagem no Detalhe)

***

Espero que essa viagem para Santo André dite o tom do meu ano, e que todo o sossego que lá encontrei se propague nos próximos 300 e poucos dias que virão. Depois de conhecer o vilarejo, não tive dúvidas: com o banho da energia mágica de lá, é claro que os alemães venceriam a Copa. Não tinha mesmo como ser diferente rs.

Obrigada pela visita!

Beijos,

Camilla

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10 Comentários
  1. Luiz
    06.03.2020

    Camila, boa tarde.
    Adorei ler no seu blog sobre Santo Andre.
    A minha ideia é exatamente a mesma da sua… Um lugar para descansar, com uma boa praia, sem multidões e com boas opções gastronômicas.
    Irei em abril e também vou ficar por 7 dias na na Vila Araticum, pois achei um ótimo custo benefício.
    Pretendo alugar um carro por dois dias para ir a Guaiú e a Belmonte… Depois, só descansar e curtir aquelas praias maravilhosas.
    Alugar bicicleta também está nos meus planos, para poder ir mais rápido até a vila ou a noite para jantar fora… e talvez ir a Santo Antônio, que fica a 8 km somente.
    De resto, quero uma semana de muita paz e sossego, boas comidas e se não for pedir demais, um pouco de sol. De porto Seguro, só quero distância e o Aeroporto… Deixo a muvuca para os outros… rsss
    Forte abraço.
    Luiz Grillo
    Instagram (luizgrillo)

    • Camilla
      09.03.2020

      Boa tarde, Luiz!
      QUe bom que gostou do post! 🙂 Acho que seu roteiro está perfeito e que você vai curtir muito Santo André. Realmente não tem lugar melhor para descansar do que esse! Aproveite muito sua viagem!
      Abraços,
      Camilla

  2. […] do post no blog dela especialmente para que ler dicas de outros restaurantes na região. Confira o roteiro de 4 dias em Santo André da […]

  3. Renata
    11.03.2022

    Ola td bem!? Pelo que vi você não alugou carro. Achou que valeu a pena o custo benefício? Conseguiu se deslocar do hotel caminhando ou de táxi com tranquilidade ?

    • Camilla
      11.03.2022

      Oi, Renata! Tudo bom e você? Achei que valeu a pena sim! Fiz tudo a pé por lá. Do meu hotel até a parte dos restaurantes era uma caminhada de 15, 20 minutos, mas achei bem tranquilo 😉

  4. sueli
    22.06.2022

    Adorei suas dicas sobre conhecer Santo Andre Ba
    Estou um pouco apreensiva pois acho que vou sozinha.Li que voces usaram o taxi e nao ficou mto caro.
    Creio que chegando conhecerei pessoas pessoas dispostas a me orientar o que melhor fazer. pra conhecer todos os lugares
    Quero ficar uns 10 dias.
    Obrigada por compartilhar sua viagem
    Sueli

    • Camilla
      26.09.2022

      Oi, Sueli! Sem dúvida será uma viagem sensacional, fico feliz de saber que meu relato te ajudou. Abs, Camilla

  5. sueli
    22.06.2022

    No envio da msg disse comentario repetitivo . nao lembro de ter mandado msg antes

    Sueli

  6. Josi
    09.02.2023

    Louca pra ficar em Santo André!Já estivemos nessa região,mas nos hospedamos em Arraial.Amei o Guaiu!Da.Maria Nilza é um encanto!!!

    • Camilla
      17.03.2023

      Lá é maravilhoso, Josi, você vai amar!

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