Milão foi minha porta de entrada na minha última viagem à Itália e a primeira cidade que visitei em meu roteiro de 15 dias de Milão à Costa Amalfitana (confira aqui todos os detalhes). Nosso intuito inicial, era conhecer a Costa Amalfitana e Capri e, como tínhamos dias suficientes, incluir Veneza, que sempre foi um sonho de consumo. Fazia, então, sentido, chegar pelo Norte, por Milão, e – por que não? – aproveitar para conhecer mais essa cidade.
Não fosse por nada, só o fato de possuir um dos mais lindos Duomos da Europa e ser a “casa” de A Última Ceia, do Leonardo da Vinci já valeriam uma ida até Milão. Junte isso à proximidade de Verona, que permite tranquilamente um bate e volta à cidade de Romeu & Julieta, e já há mais do que motivos suficientes para incluir Milão em qualquer roteiro para a Itália!





Milão é a capital da região da Lombardia e, para além do título fashion, possui uma rica cozinha, com símbolos gastronômicos como o ossobuco, a coteletta alla milanesa, deliciosos risotos (feitos com arroz do Vale Ticino) e queijos como Grana Padano e taleggio. Mamma mia, que delicia!
// Quando ir?
Milão pode ser visitada a qualquer época do ano. Eu estive lá em meados de junho e achei uma boa época, pois a cidade ainda não estava tão cheia quanto no verão. Além disso, não achei Milão tão quente nessa época como Roma.
// Quanto Tempo Ficar?
Não tem tempo mínimo, mas 3 dias me parece ser uma boa quantidade de tempo para conhecer alguns dos highlights da cidade (incluindo o bate e volta até Verona). Com mais tempo, dá para acrescentar a região dos lagos, que também está na minha lista de desejos, mas ficou para uma próxima oportunidade.
Eu fiquei um pouco menos do que isso (2 dias e 3 noites), mas consegui cumprir o que tinha mais interesse em conhecer na cidade, então achei que valeu.
Como toda cidade grande, Milão tem atrações suficientes para ocupar vários dias de viagem e é um destino para voltar sempre!
// Onde se Hospedar?
Fugi do centro histórico e optei por me hospedar em Navigli, um bairro cortado por dois canais e cheio de bares e lojinhas. Navigli tem uma vibe mais jovem e alternativa e gostei bastante de ter ficado lá.
Nossa escolha de hotel foi o Nhow Milan, um hotel com uma pegada artsy bacana e bem confortável – recomendo! Reserve aqui (sem nenhum custo adicional) sua hospedagem no Nhow Milan.


Se não tivesse me hospedado em Navigli, com certeza teria ficado em Brera, o antigo bairro dos artistas de Milão, que também é jovem e animado, cheio de barzinhos, restaurantes e lojinhas cool. Passei por lá em um dos dias do roteiro (falo mais abaixo) e fiquei apaixonada!
Pesquise aqui outras opções de hospedagem em Brera.
// O que fazer?
Acho que consegui conhecer a maior parte dos highlights da cidade no meu roteiro, então, em prol da organização, vou colocar os pontos de visita separados pela minha ordem de visita nos dias da viagem.
#Dia 1
➦ Praça Duomo e Catedral: Esse, sem sombra de dúvida, é um dos pontos altos da cidade. Aqui, vale muito a pena chegar cedo (antes das 9h, se possível, para pegar a praça mais vazia – depois, vai ficando, a cada hora que passa, mais lotada) e contemplar com calma o Duomo e suas agulhas de mármore, além das cerca 2.700 estátuas na parte de fora, antes de entrar.
Nós compramos o ingresso com antecedência para visitar o interior do Duomo e o rooftop e super recomendo, porque evita fila. E, pagando 5 euros a mais, dá pra subir de elevador – que eu também super recomendo, porque as escadas são bem puxadas. Você pode comprar o ingresso aqui.


Repare nos vitrais de seu interior, que contam a história de santos e do evangelho, e não deixe de subir nos telhados, que oferecem uma vista privilegiada de Milão.



A Praça Duomo também abriga outros importantes prédios e palácios, como o Palácio Real, dedicado a grandes mostras temporárias da cidade, e o Museu Novecentos, com sua coleção municipal de arte contemporânea. Com mais tempo na cidade, dá para incluir uma visita aos seus acervos no roteiro.
➦ Galeria Vittorio Emanuele – bem ao lado da Catedral, fica a famosa Galeria Vittorio Emanuele. A Galeria, construída no final do século XIX como um corredor coberto ligando a Praça Duomo a Praça Scala, é repleta de lojas de luxo, restaurantes e cafés. Uma curiosidade fashion: a primeira loja da Prada foi aberta aqui.


Não deixe de reparar no pavimento original e nos lindos mosaicos, que ficam abaixo da grande cúpula de vidro e representam os quatro continentes.

➦ Praça Scala – do outro lado da Galeria Vittorio Emanuele fica a também famosa praça Scala, nomeada em homenagem ao Teatro alla Scala.



➦ Cenacolo Vinciano – Mais um must go na cidade. Aqui está a “Última Ceia”, pintura feita por Leonardo da Vinci nos anos 1495, a pedido do Duque de Milão, para representar a última ceia de Jesus.

A pintura foi feita em uma parede de um convento, ao lado da Igreja de Santa Maria delle Grazie. Como foi feita diretamente na parede, as condições da obra não são as melhores, mesmo depois da sua restauração quase completa.
É essencial reservar previamente e a reserva é super difícil de conseguir (tente com bastante antecedência!). Depois de tentar de tudo e quase perder as esperanças, consegui a reserva com a ajuda do concierge do meu cartão de crédito.
Apesar de ser MUITO fã de Da Vinci, confesso que me decepcionei um pouco com a visita. Não pela conservação comprometida da obra (que eu já esperava), mas pela forma como a visita foi conduzida. Depois de toda a dificuldade para reservar, eles só deixam ficar 15 minutos na sala! Inventam mil exigências para atrasar a entrada e, uma vez lá dentro, quase te expulsam quando passam os 15 minutos… bem decepcionante! De toda forma, ver ao vivo uma obra tão relevante é sempre emocionante.
➦ Castelo Sforzesco – Ampliado na época Renascentista, quando era um castelo defensivo, o Castelo se transformou em residência ducal, na metade do século XV, e viveu seus anos de glória, como uma das cortes mais refinadas do Renascimento, durante o período que Leonardo Da Vinci viveu e trabalhou por ali, pintando afrescos em uma de suas salas (que hoje fica no Museu de Arte Antiga).

Hoje, o castelo abriga vários relevantes museus municipais. Mas, mesmo se você não planejar visitar nenhum deles, vale a pena atravessar o castelo para conhecer sua arquitetura e ver o que está acontecendo por lá. Quando o visitei, uns senhores se apresentavam cantando – foi muito bonito de ver!

➦ Brera: esse é o antigo bairro dos artistas. Fomos lá no fim da tarde desse dia e fiquei apaixonada por Brera! O bairro é super artsy, cheio de lojinhas cool, galerias e barzinhos charmosos.


Paramos para tomar um drink num barzinho delicioso chamado Nabucco (falo mais sobre ele mais abaixo, na parte “Onde Comer” desse post).
Minha passagem por Brera foi rápida, mas se tivesse mais tempo teria incluído a Pinacoteca de Brera (o maior museu da cidade, com obras de Caravaggio, Mantegna, Raffaello, Bellini etc) na minha programação. Fica a dica para quem tiver mais tempo!
#Dia 2 – Bate e Volta a Verona
No segundo dia do roteiro, fiz um bate e volta até Verona, a famosa cidade de Romeu e Julieta. Se tivesse mais tempo, gostaria de ter dormido uma noite lá, para sentir o clima ao anoitecer, na romântica Verona. Mas um bate e volta é extremamente satisfatório para conhecer bem a cidade (e olha que no meu roteiro teve até coisa fora da rota turística básica!). Vamos às dicas?
➦ Piazza Brà – é a porta de entrada de Verona e uma das praças mais famosas da Itália. Nela, se localiza a incrível Arena de Verona, um anfiteatro romano ativo até os dias de hoje e em excelente estado de conversação (se tiver algum show, festival ou apresentação lá, durante a sua passagem por Verona, recomendo fortemente a visita!)



➦ Piazza Delle Erbe – Aqui se começa a ver o Centro Histórico de Verona, com sua charmosa arquitetura. Do lado esquerdo, estão as chamadas “Casas Mazzanti”, que trazem o colorido para a cidade.


Aqui também se destaca a Torre Dei Lambertia, uma torre com 84 metros de altura. Dizem que a vista lá de cima é impressionante, mas eu deixei para uma próxima vez – estava grávida nessa viagem e esse tipo de esforço físico não estava nas minhas prioridades.

➦ Piazza Dei Signori – também conhecida como Piazza di Dante, essa praça apresenta belas construções medievais e uma estátua de Dante Alighieri, autor de “A Divina Comédia” no seu centro. A homenagem se justifica pelo local ter sido por anos residência do escritor, além de ter o inspirado de diversas formas.

Não deixe de observar, no caminho para a Piazza Dei Signori, o Arco della Costa, um arco magnífico que data do século XVII. Dizem que, quando uma pessoa completamente pura e sem nenhuma maldade no coração passar debaixo dele, o arco cairá completamente! Isso nunca aconteceu… rs

➦ Palazzo Maffei e a Catedral de Santa Maria Matricolare – continuando as andanças nessa região, não deixe de observar o belíssimo Palazzo Maffei, em estilo barroco, e o Duomo da cidade, a Catedral de Santa Maria Matricolare.
➦ Almoço no Locandina Capello – paramos para almoçar nessa osteria que ficava bem pertinho da Casa de Julieta e achei gostosa a comida.


➦ Casa da Julieta – não tem como vir a Verona e não visitar a Casa de Julieta, né? Confesso que esse era um dos pontos mais aguardados do roteiro por mim – até revi “Cartas para Julieta” antes da viagem rsrs!
No terraço da casa, era onde Julieta fazia e recebia juras de amor de Romeu. É ali que fica sua estátua. Reza a lenda que, se uma pessoa tocar no seio direito da estátua, ela encontrará seu amor verdadeiro e, se a pessoa já for comprometida, a relação irá durar pela eternidade. Para ver a estátua e o esse pátio, não é preciso adquirir ingresso.


De toda forma, recomendo bastante comprar ingresso para que você possa de fato entrar e conhecer a casa! Apesar de muitos acharem que a história de Romeu e Julieta é totalmente fictícia, de fato, as famílias Montecchi e Capuleti existiram e moraram ali em Verona!



A visita é bem interessante e ainda permite passar pela famosa sacada e ver a parte das “Cartas para Julieta”.



➦ Giardino Giusti -esse jardim fica fora da rota turística tradicional de Verona, mas é absolutamente imperdível!

Ele fica do outro lado do rio que contorna o centro histórico de Verona (dá uns 15 minutos de caminhada) e é um dos mais lindos jardins renascentistas da Itália, cheio de ciprestes italianos, estátuas e aquele paisagismo bem característico (me lembrou alguns jardins de Ravello).


O jardim funciona de segunda a sábado, das 9h às 20h (último acesso às 19h) e o ingresso custa 12 euros.
Endereço: Via Giardino Giusti, 2, Verona
// Onde Comer em Milão?
➦ Giacomo Arengario – Muitos restaurantes próximos de pontos turísticos costumam cobrar caro e ter pratos sem graças – os famosos “pega turistas”. Mas eu juro que esse é diferente!
Além da vista de tirar o fôlego do Duomo de Milão, a culinária do Giacomo é deliciosa. Eu comi lá a famosa cotoletta alla milanesa e estava excelente!


Só muita atenção na hora de reservar (há vários unidades do restaurante, mas o Giacomo Arengario é o que tem a vista para o Duomo). Apesar de ter feito a reserva no local correto eu quase almocei na unidade errada, por causa dessa confusão de nomes!
Endereço: Via Guglielmo Marconi, 1, 20123 Milano
➦ Belle Donne Bistrot – esse bistrô foi indicação do concierge do hotel em que me hospedei e se revelou uma ótima dica! Comida deliciosa, ambiente gostoso e bem autêntico, daqueles lugares que são frequentados por locais mesmo, sabe?



Endereço: Via Tortona, 28, 20144 Milano
➦ Al fresco – Com uma gastronomia impecável e mesas no seu romântico jardim, esse foi, sem exageros, um dos restaurantes mais lindos que já fui na vida! Foi onde escolhi jantar para celebrar meu aniversário de casamento nessa viagem. Super recomendo!



No site é possível conferir o cardápio completo com preços e o contato pra reservas (é importante fazer com antecedência).
Endereço: Via Savona, 50, 20144 Milano
➦ Nabucco – barzinho super cool em Brera, paramos para um drink (foi o melhor drink sem álcool que tomei na vida) e eles trouxeram vários petiscos deliciosos (esses da foto abaixo) de cortesia. Vale a pena fazer uma parada por lá, quando visitar o bairro!

Endereço: Via Fiori Chiari, 10, 20121 Milano
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Milão deixou um gostinho de quero mais e com certeza merecerá novas visitas minhas no futuro! Espero que essas dicas sejam úteis para você que está planejando uma viagem para lá e que eu tenha te convencido a incluir Verona no seu roteiro, nem que seja em um bate e volta.
Próxima parada: Veneza!
Obrigada pela visita!
Beijos, Camilla
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