Quem já me acompanha aqui e no instagram (@viagemnodetalhe – segue lá também!) há um tempo, sabe que Paris é minha cidade favorita no mundo. E é claro que estava doida pra levar minha bebê para conhecer a Cidade Luz.
Esse não foi o primeiro destino internacional dela (o primeiro foi Portugal, com 4 meses e meio), mas achei que agora foi a época perfeita para levá-la (com 1 ano e meio).


Foto: Flânerie Photo
Paris já estava no imaginário da minha filha há um tempo: seu quartinho é todo temático da cidade, ela tem vários livros de lá e eu fiquei surpresa em ver que, mesmo tão novinha, conseguimos ir estimulando o interesse e a curiosidade dela em relação ao destino. Obviamente, de uma forma lúdica e apropriada para a idade dela. Mas sim, isso é possível, e eu diria que funcionou bem.
Ela chegou em Paris curiosa para ver a Torre, a pirâmide do Louvre e o Arco e até conseguiu reconhecer esses pontos, quando os viu pela primeira vez!


Nesse post, vou compartilhar meu roteiro de 4 dias em Paris com minha bebê de 1 ano e meio dia a dia (nessa viagem, também passamos por Bruxelas, Bruges e Londres). Apesar de ser uma viagem com bebê, as dicas servem para qualquer um que esteja se programando para viajar para a Cidade Luz também– espero que gostem 🙂
// Dinâmica na Viagem
Nessa viagem nos hospedamos no Quartier Latin (nesse post aqui você encontra meu guia completo de onde se hospedar em Paris, com dicas de hotéis por região, em cada um dos 20 arrondissements da cidade), e fizemos todos os passeios a pé. Só pegamos uber 1 vez, quando estávamos muito cansados para voltar no final do dia.
Saíamos de manhã, por volta de 9h, e passávamos o dia todo na rua. A Olivia, hoje em dia, faz apenas 1 soneca por dia, depois do almoço. Então eu já levava o almoço quente, no potinho térmico.
Quando dava o horário, eu dava o almoço para ela e depois ficava dando uma volta no carrinho, até ela dormir. Nessa hora, aproveitávamos para almoçar.
Também já levava lanches para dar ao longo do dia (comprei muitas frutas/iogurte lá mesmo) e aquele estoque básico de fraldas, trocador etc. Por falar em troca de fralda, os melhores lugares para fazer isso são os pontos turísticos e galerias comerciais, onde costuma ter trocador.
Como a rotina do dia já era bem intensa, privilegiávamos fazer o ritual noturno dela direitinho e voltávamos da rua no horário que ela costuma jantar. Depois que ela dormia, nós pedíamos algo gostoso para jantar e não precisar sair de novo.
// DIA 1
➦ Shakespeare and Company – Nosso roteiro começou nessa, que é uma das livrarias independentes mais incríveis de Paris e que fica pertinho da Notre Dame. A Shakespeare and Co. respira história – só para dar uma rápida ideia, a livraria e seus frequentadores foram retratados no livro de Hemingway, “Paris é uma festa“.
Ao lado da livraria, há um café que pertence à Shakespeare and Company. Nós paramos lá para nos esquentar com um cafezinho (apesar de estarmos em junho, ainda fazia muito frio) e admirar a Notre Dame, antes de seguir para o próximo ponto do nosso roteiro.

➦ Louvre – o maior museu da cidade dispensa comentários, né? Para quem tem um roteiro com mais tempo/flexibilidade, uma parada aqui é essencial. Como estava com a Olivia e já tive outras oportunidades de visitar o Louvre, minha passada por lá foi rápida, apenas para mostrar a ela a pirâmide e tirar algumas fotos.


➦ Jardin des Tuileries – Pra quem sai do Louvre e segue em direção à Place de la Concorde, o Jardin des Tuileries é caminho inevitável. Trata-se de mais uma belíssima área verde da cidade, com muitos cantinhos para relaxar, sentar e apreciar a beleza de Paris! Para os pequenos, é um respiro também poder correr ao ar livre, ver os patinhos no lago e curtir as atrações do jardim.
Para além da natureza exuberante do local, dentro do Jardin des Tuileries fica um dos meus museus favoritos de Paris: o Museu L’Orangerie, onde estão expostas as famosas e enormes telas da série Ninfeias, do Monet. O museu é pequenininho e absolutamente maravilhoso! Se tiver tempo, faça uma parada por lá.


Nessa parada aqui, aproveitei para sentar no quiosque que tem dentro do jardim e dar o almoço da Olivia e tomar uma água, antes de seguirmos para o próximo ponto do roteiro.
Depois do almoço dela, seguimos para a Rue Montorgueil, aonde eu e meu marido almoçamos. Fomos direto para lá, por uma questão de tempo, para aproveitar a soneca da bebê. Mas o mais lógico aqui, em termos geográficos, seria ter parado no Palais Royal e na Galerie Vivienne na ida (fizemos isso na volta), por ser caminho.
➦ Palais Royal – O Palais Royal já foi de tudo um pouco, desde palácio da realeza até centro de agitação política. O legal, hoje em dia, é curtir seu jardim, as galerias que o circundam e, é claro, a famosa intervenção moderna do artista francês Daniel Buren (“Les Colonnes de Buren”), que fica no lado sul do jardim. Minha filha – assim como várias outras crianças que estavam lá – amou correr e explorar a instalação!


➦ Galerie Vivienne – Bem pertinho do Palais Royal, fica essa joia! A belíssima Galerie Viviene, cujas portas foram abertas em 1823, é uma pérola histórica e arquitetônica e merece uma visita por si só. Não fosse só isso, lá dentro também se encontra a Livraria Jousseaume, aberta desde 1826 e focada em livros raros e antigos. Essa é uma das livrarias mais antigas de Paris ainda em atividade.


➦ Rue Montorgueil – Fora da rota turística mais óbvia, essa rua é uma ótima pedida para descobrir excelentes restaurantes, cafés, patisseries e lojas. Fomos almoçar por lá e ver o movimento e amamos!
Uma parada imperdível na Rue Montorgueil é a Pâtisserie Stohrer – a mais antiga e histórica de Paris! Para vocês terem uma noção: Nicolas Stohrer foi confeiteiro de Louis XV, no Castelo de Versalhes, em 1725. Cinco anos depois, abriu sua própria confeitaria na Rue Montorgueil e, desde 1730, a Stohrer serve deliciosos doces franceses da mais alta qualidade. Não tem como não se apaixonar por esse lugar, além de os doces serem maravilhosos!


➦ Galeries Lafayette Haussmann – para fechar esse primeiro dia, passamos nas Galerias Lafayette Haussman. Mesmo se a sua intenção não for fazer compras em suas inúmeras lojas de luxo, vale a pena conhecer esse lugar: não bastasse a beleza hipnótica do edifício de 1932, em estilo Art Déco, o terraço da Galeria tem uma vista incrível de Paris, totalmente gratuito.


// DIA 2
➦ Ponte Bir-Hakein – Sempre gostei muito de fazer ensaios fotográficos e, depois que a Olivia nasceu, temos tentado sempre incluir algum ensaio em nossas viagens, para ter registros bacanas da família toda e não apenas selfies. Dessa vez, não foi diferente.

Foto: Flânerie Photo

Foto: Flânerie Photo

Foto: Flânerie Photo
Eu queria um lugar com vista para a Torre (em Paris, não tem como fugir desse clichê, né? rs). Com as Olimpíadas (fomos em junho/24), muitos lugares estavam fechados ou com acesso impedido, então a Ponte Bir-Hakein e seus entornos foram uma ótima pedida! Além de não estar com nenhuma interdição, esse local era bem próximo de onde havíamos reservado para almoçar nesse dia, então acabou sendo uma escolha muito prática também.



Mesmo se seu objetivo não for fazer um ensaio fotográfico, vale a pena passar na região, para apreciar a beleza de um dos pontos de vista mais bonitos da cidade.
➦ Almoço no Girafe – esse restaurante estava há anos na minha lista, mas nunca conseguia reservar. Eu confesso que fui um tanto quanto desconfiada se corresponderia às minhas expectativas, mas posso dizer que superou!! A comida é deliciosa (pedi a massa com lagosta e estava incrível!) e a vista para Torre dispensa qualquer comentário, né?
Não bastasse tudo isso, o que mais me encantou foi o atendimento. Quem viaja com bebês/crianças pequenas sempre tem um certo receio de ir a determinados lugares mais sofisticados – como serei recebido? Vão me olhar torto? E se meu filho fizer uma birra homérica? Enfim, alguns pensamentos que passam na cabeça dos pais…rs
Mas eles foram super receptivos e simpáticos no restaurante (até ajudaram com o carrinho!!) e me senti super à vontade no almoço! Recomendo muito!!


É indispensável reservar previamente (sugiro correr para fazer a reserva no primeiro dia que abrir, pois esgota super rápido!), o que pode ser feito aqui (no site também é possível consultar o menu).
Endereço: Place du trocadero, Paris
➦ Arco do Triunfo/ Champs-Elysée – Do Girafe fomos andando até o Arco do Triunfo, que fica a uns 15 minutos de distância. Aproveitamos para também bater perna na deliciosa Avenida Champs-Elysée, um tradicional endereço de compras na Cidade Luz, que sempre oferece uma caminhada muito agradável com vista para o Arco.


➦ Jardin de Luxembourg – fechamos nosso segundo dia no icônico Jardin de Luxembourg, um dos meus cantinhos favoritos em Paris! A beleza desse lugar é surreal e só sentar nas clássicas verdes e apreciar o momento já é uma delicia.
Dentro do Jardim de Luxemburgo, há dois parques voltados para os pequenos: o parque Ludo (para crianças maiores) e um parquinho com brinquedos mais focados em bebês pequenos. No dia que fui, esse acontecendo um evento privado nesse último, então fomos ao Parque Ludo apenas e, mesmo focado em crianças um pouco maiores, a Olivia curtiu bastante, especialmente o carrossel.



Aliás, apesar de sua aparência “mais simples”, não se trata de qualquer carrossel, mas sim do carrosel mais histórico da cidade. O carrossel do Parque Ludo foi projetado por Charles Garnier, o mesmo da Ópera Garnier!
// DIA 3
Nosso terceiro dia, foi dedicado à Saint-Germain, um dos meus arrondissements favoritos de Paris, daqueles pra se perder sem rumo e fazer vários achados.
➦ Chantelivre – a primeira parada foi nessa livraria infantil, que é a mais antigas e uma das maiores de Paris. Um passeio absolutamente imperdível para quem vai com bebês e crianças à Cidade Luz! Minha filha amou, por ela, poderíamos ter passado o dia todo lá! rs



➦ Almoço no Le Petit Lutecia – Uma brasserie deliciosa, no coração de Saint-Germain! Não deixe de provar o filet au poivre perfeito e os profiteroles ou a pavlova de sobremesa.



Endereço: 107 Rue de Sèvres, 75006 Paris
➦ Quartier Sèvres-Babylone – esse “mini bairro” formado pelas ruas dos entornos da Rue du Bac, cheio de lojas sofisticadas, é uma das melhores partes de Saint-Germain para bater perna.
Uma dica para quem busca roupinhas de criança é a Jacadi (minha marca francesa favorita para bebês/crianças – tem muitas lojas espalhadas por Paris e pela Europa) e a Bobine, uma lojinha super simpática, que também fica nesse arrondissement.
➦ Bon Marché Rive Gauche – ainda no campo compras, essa é minha galeria favorita de Paris. Na minha opinião, tem a melhor curadoria de marcas num espaço super bacana!


➦ Grand Épicerie de Paris – bem ao lado do Bon Marché, fica a Grand Épicerie, que é simplesmente o paraíso gastronômico! Aqui você vai encontrar todas as comidas e bebidas mais maravilhosas. Sempre vou lá para comprar suprimentos para fazer piquenique ou simplesmente guloseimas para trazer de viagem ou consumir lá mesmo.
Dessa vez, compramos algumas coisas para cozinhar um jantar em casa à noite e, claro, um bom vinho para acompanhar (aliás, fica a dica do rótulo desse Meursault maravilhoso)!


➦ Capela da Medalha Milagrosa – fechamos o dia nessa Capela, que é a mais especial para mim. Sempre vou lá quando estou em Paris. A última vez que fui estava grávida da Olivia e pedi muito para dar tudo certo na minha gestação e no parto, então, não poderia deixar de ir essa vez para agradecer.
A Capela é belíssima e, independentemente da sua fé, vale muito a visita (a entrada é gratuita).

// DIA 4
Nosso último dia em Paris, foi dedicado ao Marais, outro dos meus arrondissements favoritos, onde também dá pra flanar por horas e fazer vários achados. O Marais tem uma vibe mais cool, jovem e descolada e é uma delícia se perder por suas ruas.
➦ Place des Vosges – A primeira parada foi na Place des Vosges, conhecida como a mais bela do mundo, por ser completamente simétrica. Além da generosa área verde, com várias fontes, a praça tem tanques de areia pra os pequenos e alguns brinquedinhos também, então é um ótimo passeio para se fazer em Paris com crianças.


Nos entornos da praça, há dois pontos bem legais para visitar, que não fomos dessa vez, mas super recomendo: a Carrete, um famoso (e delicioso!) salão de chá, e a casa do escritor francês Victor Hugo (a visita é gratuita e super bacana!).
➦ Hotel de Sully – esse é um dos mais bonitos prédios da cidade e uma grata surpresa para quem encontra sua passagem, ao caminhar pelos entornos da Place des Vosges (sua construção data da construção da própria Place des Vosges inclusive).


Infelizmente, não é permitido visitar o interior do prédio, mas é possível atravessar seu belo jardim, acessível através das arcadas da Place des Vosges ou pela rue Sainte Antoine, 62.
➦ Almoço no Fabula – Anualmente, apenas durante o verão europeu, o Musée Carnavalet abre as suas portas para chefs talentosos criarem pratos autorais, apresentados em menus fixos e enxutos, para a temporada. Mesas e cadeiras são dispostas no lindíssimo jardim do museu, deixando a visita ao local ainda mais especial.



Nesse ano de 2024, ocorre a terceira edição do evento e o chef convidado é o Thomas Chisholm, figura essencial na gastronomia parisiense contemporânea.
O restaurante funciona para jantar (de terça a sábado, das 19h30 às 2h) e para snacks e refeições rápidas, durante o dia (de terça a domingo, das 10h00 às 18h00). Não é necessário visitar o interior do museu, ou pagar ingresso, pra ir ao Fabula (as entradas ao restaurante e museu são distintas), mas, tendo tempo, recomendo muito visitar esse museu incrível, que conta a história de Paris!
Endereço: 16 rue des Francs Bourgeois, 75004 Paris
➦ Sobremesa no Breizh Café – Depois de petiscar entradinhas no Fabula, dei uma passada no Breizh, que é um dos meus restaurantes favoritos em Paris (já falei, aliás, sobre ele aqui, nesse post com dicas de restaurantes imperdíveis em Paris), para a sobremesa.
O crepe francês é famoso e a região da Bretanha, no noroeste do país, definitivamente, é o melhor lugar para provar a receita. Pois bem: no Marais, tem uma filial do Breizh Café – creperia maravilhosa, original da região da Bretanha.
Na minha opinião, são as melhores crepes e galettes da cidade. Não deixe de provar o de caramelo salgado!
➦ Bater perna no Marais – pelo resto da tarde, nos dedicamos a bater perna sem rumo pelo bairro e explorar suas lojinhas e ver a vida passar, sem muita programação. Algumas lojas francesas que considero imperdíveis por lá: Merci, Polène, Jimmy Fairly, A.P.C…


➦ Île Saint Louis – na volta do Marais, paramos nessa ilha super charmosa, que também está na minha lista de lugares favoritos em Paris – toda vez que vou a cidade, passo por lá! Por ser pequena, dá para percorrê-la inteira a pé, vendo as lojinhas e, se quiser uma sobremesa, aproveite para provar o tradicional sorvete Berthillon, o melhor da cidade (amo o de framboesa!), na minha opinião.
➦ Jardin des Plantes – para fechar o dia, ainda deu tempo de dar uma passadinha no Jardin des Plantes – um jardim botânico aberto ao público, lindo e super tranquilo, fora da rota turística tradicional e perfeito para fazer piquenique. Dentro do jardim, também ficam o Museu de história natural e um zoológico, ótimas pedidas de passeio para quem vai a Paris com crianças.


***
Espero que tenha curtido esse roteiro! Confesso que só de escrever sobre ele, já fiquei saudosa – é aquilo: Paris é sempre uma boa ideia.
Obrigada pela visita!
Bisous, Camilla
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