Regiões Vinícolas de Mendoza: Maipú
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Regiões Vinícolas de Mendoza: Maipú

Por Camilla Ribeiro    Postado em 01.04.2017

Maipú foi a primeira região vinícola que visitei em Mendoza (veja meu roteiro completo aqui) e não poderia ter sido um começo melhor para a minha incursão no maravilhoso mundo dos vinhos argentinos, nessa cidade.

Como expliquei no último post, Mendoza é uma cidade grande e a parte bucólica, dos vinhedos, está concentrada nas regiões próximas, de Maipú, Luján de Cuyo e Valle do Uco.

Maipú está a apenas 20 km do centro de Mendoza e concentra algumas das bodegas (como eles chamam as vinícolas por lá) mais antigas e tradicionais da região. E são muitas bodegas!

Dediquei 1 dia para conhecer essa região e foi bem difícil escolher quais vinícolas visitar, dava vontade de ir em todas! rs

Um parêntese relevante: é importante delimitar a quantidade de vinícolas que você vai conhecer em um dia. Particularmente, eu acho que 3 é o número máximo, para conseguir aproveitar com calma cada um delas. Mais do que isso fica bem corrido e o bacana da viagem para Mendoza, na minha opinião, é poder curtir com calma as vinícolas.

A programação ideal (de novo: na minha opinião) é visitar até três vinícolas no dia e deixar para almoçar na última. Fiz assim no meu roteiro e funcionou super bem.

Em Maipú visitei a CarinaE, a El Enemigo e a Familia Zuccardi, almoçando nessa última.

CarinaE

A CarinaE é uma vinícola boutique que é fruto do sonho de Brigitte e Philippe Subra, um casal de franceses que deixou sua terra natal e suas profissões para trás, para investir no sonho de ter uma bodega em Mendoza.

Dizem que eles estão sempre por lá e que costumam receber os visitantes pessoalmente, mas, no dia que fomos à CarinaE, o irmão do Philippe estava na cidade e o casal tinha tirado uns dias de férias. Independentemente disso, fomos muito bem recebidos por um argentino que trabalhava na vinícola, adorava o Brasil e falava português. Nosso tour privativo foi todo feito na nossa língua, uma sorte!

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Vinhedos da CarinaE (Foto: Viagem no Detalhe)

Essa vinícola foi uma das minhas favoritas na viagem toda. Achei linda a história dela, movida pela paixão de seus donos e a busca de seu sonho. Achei romântico o fato de seu nome fazer referência a uma constelação da Via Láctea (que é, inclusive, retratada no rótulo dos vinhos) e – o mais importante! – achei os vinhos produzidos lá maravilhosos.

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Vinhos da CarinaE: maravilhosos! (Foto: Viagem no Detalhe)

A visita guiada foi bem completa, nela percorremos as premissas da vinícola e observamos as diferentes etapas do processo de elaboração dos vinhos, enquanto nosso guia ia nos contando a respeito da produção e da história da bodega. Ao final, passamos para a sala de degustação e escolhemos qual opção de degustação preferíamos.

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Casa histórica que abriga a produção da CarinaE (Foto: Viagem no Detalhe)

São várias opções de degustação (combinando diferentes vinhos da bodega), cada uma tem o nome de uma constelação e um preço diferente. Nós escolhemos a Corona Australis ($ 150 pesos argentinos – nov/2016) e pudemos degustar os vinhos Octans, Malbec Hommage, Syrah Hommage, Prestige e Passito.

Vale a pena investir: todos os vinhos da CarinaE são MUITO bons, mas vale destacar o incrível blend Prestige da vinícola (gostei tanto que trouxe 2 garrafas pra casa!). O azeite produzido na bodega, o Octans e o vinho de sobremesa (Passito) também são excelentes compras.

É importante fazer reserva, o que pode ser feito pelo e-mail carinae@carinaevinos.com ou com a ajuda do seu remis.

DICA: Do outro lado da rua em que se localiza a CarinaE, encontra-se a fazenda de oliveiras Laur. É possível visitar o local e fazer uma degustação de azeites. No dia que fui à CarinaE, a fazenda estava fechada (era domingo), mas deve ser bacana dar uma passada lá, entre a visita à CarinaE e a próxima bodega, se tiver tempo. 😉

El Enemigo

A bodega El Enemigo foi mais uma das minhas favoritas na viagem. Vocês devem estar achando que todas foram, né? rs Mas é porque realmente dei muita sorte com essas duas primeiras que visitei.

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Linda entrada da El Enemigo (Foto: Viagem no Detalhe)

Essa vinícola é comanda pelo enólogo Alejandro Vigil (considerado um dos Top 3 Melhores Enólogos do Mundo). Para quem nunca ouviu falar dele, vou dar uma referência para ajudar: ele é o enólogo da Catena Zapata.

Essa vinícola é um projeto pessoal paralelo do enólogo em parceria com a Laura Catena. O nome da bodega se deve ao fato de que, para fundá-la, Alejandro teve que vencer seu maior inimigo: ele próprio. Ter coragem para perseguir nossos sonhos quase nunca é uma tarefa fácil, não é mesmo?

A decoração e o design moderno e elegante da bodega me chamaram muito a atenção. Há toda uma decoração temática no local, com várias referências ao Inferno de Dante, inclusive a sala onde são armazenados os vinhos é chamada de “Inferno” mas devia mesmo se chamar paraíso.

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Descida aos portões do “Inferno” (Foto: Viagem no Detalhe)

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O “Inferno de Dante” representado na El Enemigo (Foto: Viagem no Detalhe)

Na visita é feito um tour pela bodega (que dura aproximadamente 20 minutos), com explicações tradicionais sobre a produção, curiosidades do local e história do enólogo e, por fim, segue-se à linda sala de degustações, para experimentar os vinhos.

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Tour pela El Enemigo (Foto: Viagem no Detalhe)

 

Aqui também há várias opções de “combos” de degustação. Nós optamos por escolher dois tipos e dividir os vinhos, assim, poderíamos conhecer melhor a produção local. Nossas escolhas foram o El Trio Enemigo (duas etiquetas varietais e o Gran Enemigo Blend – $335 pesos argentinos – nov/2016) e a Experiencia Gran Enemigo (Gran Enemigo Blend, Gran Enemigo Single Vineyard Agrelo e GranEnemigo Single Vineyard Gualtallary – $460 pesos argentinos).

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Degustação de vinhos na El Enemigo (Foto: Viagem no Detalhe)

Vale a pena investir: no Gran Enemigo Single Vineyard Agrelo e no GranEnemigo Single Vineyard Gualtallary (que receberam 97 e 98 pontos respectivamente pelo Wine Advocate – Robert Parker). Também gostei muito do Chardonnay da bodega e garanti uma garrafinha dele para minha adega!

O almoço na El Enemigo também parece ser maravilhoso. Eu queria muuuuito ter almoçado lá, mas já tinha almoço reservado na Familia Zuccardi. Da próxima vez que estiver em Mendoza, com certeza vou voltar a essa bodega e almoçar lá.

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O moderno restaurante da El Enemigo (Foto: Viagem no Detalhe)

Para visitar o local, é essencial reservar, o que pode ser feito pelo e-mail constanzah@enemigowines.com ou com a ajuda do seu remis. Não deixem de incluí-la no roteiro de vocês!

Família Zuccardi

A Familia Zuccardi (Bodega Santa Julia) foi uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento do enoturismo na região de Mendoza. Isso porque, a vinícola não só é uma das mais tradicionais na região, como também trouxe outras atividades (como aulas de culinária, passeios de balão etc.), além da  degustação de vinhos, para a cena turística local.

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Fachada da bodega (Foto: Viagem no Detalhe)

Antes da minha viagem para Mendoza, recebi as melhores referências dessa bodega e do seu restaurante, então me programei para almoçar lá e depois fazer o tour pela vinícola.

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Restaurante da Familia Zuccardi (Foto: Viagem no Detalhe)

Mas, confesso que me decepcionei um pouco com o almoço, talvez por ter criado uma expectativa bem diferente do que de fato é a proposta do local (minha culpa, eu sei!). Eu esperava uma experiência gourmet no restaurante, com pratos diferenciados e almoço harmonizado focado numa gastronomia sofisticada (como experimentei em todos os outros almoços que tive nessa viagem e vou falar por aqui, nos próximos posts).

A proposta do restaurante da Familia Zuccardi é servir um tradicional assado argentino, com foco nas carnes. Se você ama carne, pode ser uma experiência bacana, mas, se busca algo mais gourmet, pode se decepcionar como eu (que preferia ter almoçado na El Enemigo).

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Almoço na Familia Zuccardi (Foto: Viagem no Detalhe)

Depois do almoço, fizemos um tour pela bodega, que durou aproximadamente 30 minutos e foi bem interessante e explicativo, quanto à produção.

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Tour pela produção da Familia Zuccardi (Foto: Viagem no Detalhe)

Vale a pena investir: nos deliciosos azeites gourmets produzidos pela bodega.

Para almoçar no restaurante da Familia Zuccardi, é importante reservar, o que pode ser feito pelo site da bodega ou com a ajuda do seu remis.

Outras Vinícolas de Maipú:

Maipú conta com muitas outras bodegas, além dessas que eu visitei. Apesar de recomendar muito as que visitei, deixo aqui uma listinha com outras que pesquisei (e seus links clicáveis no nome), caso queiram fazer uma pesquisa. 😉

E aí, gostaram de saber mais sobre a região de Maipú? 🙂

No próximo post, falo sobre a região de Luján de Cuyo, onde está concentrada a maior parte das vinícolas de Mendoza. Não deixem de acompanhar! 😉

Beijos, Camilla

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5 Comentários
  1. […] Dia 1 – Maipu […]

  2. […] uma cidade grande e a parte bucólica, dos vinhedos, está concentrada nas regiões próximas, de Maipú, Luján de Cuyo e Valle do Uco. Estou falando de cada uma das regiões em posts separados, com […]

  3. […] fértil do lugar chamam muito a atenção e achei suas paisagens bem diferentes das que vi em Maipú e Luján de […]

  4. Sérgio
    02.10.2019

    Gostaria de saber o valor p visita e almoço na vinícola Zuccardi.

    • Camilla
      03.10.2019

      Olá, Sérgio! Tudo bom? Para consultar o valor, você precisa entrar em contato com a própria vinícola (tem o link aqui no post).
      Abraços,
      Camilla

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