Paraty, com sua arquitetura colonial e seu clima bucólico, já é uma delícia por si só, mas é durante a Festa Literária Internacional de Paraty que a cidade vive seu ápice turístico e cultural. A FLIP é não só o maior evento que acontece na cidade, como um dos maiores eventos do Brasil.
Eu, como boa apaixonada por literatura que sou, sempre quis visitar Paraty durante a FLIP e depois de participar do evento pela primeira vez, não quis mais deixar de ir! E, claro, não posso deixar de compartilhar com vocês como vem sendo minhas (excelentes!) experiências por lá nos últimos anos.
De antemão, já digo que a palavra de ordem é: planejamento. A cidade fica cheia – óbvio! – e os preços vão lá em cima, mas isso não é impedimento para participar da FLIP! Basta ficar de olho no calendário do evento no site oficial e, assim que as datas e atrações forem divulgados, programar a sua ida. Quando a gente organiza com antecedência, tudo dá certo, vai por mim 😉
// Como chegar?
Paraty está no meio do caminho entre os aeroportos do Rio de Janeiro (250 km de distância) e São Paulo (290 km de distância – Guarulhos).
Como moro no Rio, fui de carro mesmo para a cidade. Para quem vem de fora é possível descer em qualquer um desses aeroportos e, de lá, alugar um carro ou pegar um ônibus para concluir o percurso até Paraty. Os ônibus da Costa Verde fazem o trajeto, partindo do Rio de Janeiro, e os da Reunidas Paulista, partindo de São Paulo.
// Como funciona a FLIP?
A FLIP acontece uma vez por ano, geralmente no final do mês de julho e leva diversos nomes da literatura nacional e internacional para Paraty. Durante o evento, acontecem várias mesas de debate oficiais com esses autores, mas além disso, há vários eventos e atividades fora do calendário oficial, espalhados por toda a cidade.
Após cada mesa de debate, os autores recebem os leitores para uma sessão de autógrafos. Esse ano, a sessão ocorria na Livraria da Travessa, que ganhou uma estrutura enorme e super bacana ao lado da Igreja Matriz.
Cada edição da FLIP presta homenagem a um autor brasileiro – uma maneira de preservar, perpetuar, difundir e valorizar a língua portuguesa e a literatura do Brasil, de acordo com a definição do próprio evento. O homenageado desse ano foi Euclides da Cunha, mas, apesar disso, os debates propostos não tem a intenção de girar em torno do autor escolhido.
As mesas de debate desse ano aconteceram no Auditório da Matriz, onde foi montada uma estrutura com palco, cadeiras e fones com tradução simultânea. Para assistir a essas mesas, é preciso adquirir previamente ingresso (o valor esse ano foi de R$ 55,00 por ingresso), que esgota SUPER rápido. O que eu fiz para conseguir assistir todas as mesas que quis foi ficar de olho na programação e já ter em mente o que eu queria comprar, assim que a venda foi disponibilizada. Teve ingresso que esgotou em 30 minutos!
A boa notícia é que, mesmo sem ingresso para as mesas de debate “oficiais”, vale muito a pena visitar a cidade durante a FLIP. Primeiro, porque essas mesas são transmitidas, em tempo real, na praça matriz da cidade, onde um auditório livre é também montado e, segundo, porque a programação off-flip, nas casas parceiras, é super intensa e toda gratuita!
Durante o evento, você encontra casas espalhadas por toda a cidade, com programação para todos os gostos. Geralmente, os patrocinadores do evento estão por trás dessas casas, que trazem, de forma gratuita, alguns autores da FLIP em debates bem próximos ao público.
Esse ano, eu fui a vários debates na Casa do Instituto Moreira Sales e na Casa Libre & Santa Rita da Cássia e consegui assistir palestras de alguns dos meus autores favoritos.
Para participar dessas mesas off-flip, aompanhe a programação no site oficial da Flip chegue sempre com pelo menos 1 hora de antecedência nas que quiser participar, pra não correr o risco de ficar sem lugar.
Além das múltiplas opções de programação, a cidade fica com um clima delicioso de efervescência cultural – muitas intervenções artísticas, pessoas lendo pelas ruas, cafés, declamadores de poesia… enfim, é realmente incrível! Pra quem é apaixonado por literatura é uma experiência que vale MUITO a pena ter. Depois de ter ido esse ano, pretendo participar de todas as próximas edições do evento! 🙂
Intervenções artísticas por todos os lados, na charmosa Paraty (Foto: Viagem no Detalhe)
// Onde ficar?
➦ Pousada Literária
Uma das opções mais clássicas e charmosas de hospedagem em Paraty é, sem dúvida, a Pousada Literária. Localizada no coração do centro histórico, a pousada conta com uma linda arquitetura, além de ter sua própria livraria e abrigar um dos restaurantes mais badalados da cidade.
Queria me hospedar lá, mas já estava lotada, quando começamos a planejar nossa ida à FLIP – essa pousada é uma das primeiras a esgotar, diga-se de passagem. Ficar lá, especialmente nessa época, deve ser um sonho! 🙂
Reserve por aqui.
➦ Pousada do Ouro
Também muito bem localizada no centro histórico e com uma arquitetura colonial bem simpática, a Pousada do Ouro é certamente uma ótima escolha.
Reserve por aqui.
➦ Pousada do Príncipe
Essa foi a pousada que escolhi para me hospedar durante a FLIP 2018 e posso dizer que fiquei muito feliz com a escolha! A pousada é charmosa, aconchegante e conta com um ótimo staff.
A Pousada do Príncipe fica muito perto do centro histórico (apenas 100m) e a localização é, sem dúvida, um dos seus pontos altos.
Adorei a experiência de me hospedar lá esse ano. Nosso quarto era bem confortável, o café da manhã, bem servido, com itens frescos e saborosos e o atendimento, diferenciado. Recomendo!
Reserve aqui.
➦ Hotel Boutique Carpe Diem
Essa foi a pousada que escolhi para me hospedar esse ano, na Flip 2019. O Boutique Hotel Carpe Diem é uma gracinha, super aconchegante, charmoso e com um staff muito atencioso. É aquele lugar em que você logo se sente em casa, sabe?
Gostei muito de me hospedar lá pelo conforto do hotel, café da manhã bem farto e saboroso e localização excelente, do ladinho do centro histórico. Recomendo!
Faça aqui sua reserva (sem custo adicional).
➦ Pousada das Pedras
Essa foi a pousada que escolhi para me hospedar durante a FLIP 2017. Apesar de não estar tecnicamente dentro do centrinho, é também muito bem localizada – está a apenas 500 metros do centro histórico e bem próxima ao terminal de ônibus, uma grande vantagem para quem chega a Paraty através desse meio de transporte.
Achei a pousada bem confortável e simpática, com um ótimo atendimento e café da manhã gostoso. Recomendo!
Reserve por aqui.
// Onde Comer?
O que não falta em Paraty são excelentes lugares para comer. A boa gastronomia reina na cidade, mas em época de FLIP, deixo aqui a dica de sempre reservar os restaurantes com antecedência. Não precisa ser uma mega antecedência, pode ser mesmo na véspera ou no próprio dia da refeição, em um horário mais cedo, mas acho que, se deixar para tentar na hora, você corre o risco de enfrentar fila ou não ter vaga no restaurante desejado.
➦ Punto Divino – Simpático restaurante italiano, com excelentes opções de massas e pizzas artesanais. Provamos um dos carros-chefe da casa: o Spaghetti Mare e Mata (molho de redução de cachaça, camarões flambados, juliana de folhinhas de limão galego, chips de palmito pupunha coroado com vieiras). Estava simplesmente delicioso!
Endereço: Rua Marechal Deodoro, 129, Centro Histórico – Paraty
➦ Quintas das Letras – Restaurante da Pousada Literária que conta com ambiente e comida deliciosos, um verdadeiro oásis em meio ao agito da FLIP! Provei lá o saborosíssimo Mexidinho de frutos do mar (camarões, lula e polvo com risoto de arroz negro, cubinhos de tomate e palmito pupunha).
Endereço: Rua do Comércio, 58, Centro Histórico – Paraty
➦ Banana da Terra – Provavelmente o restaurante mais recomendado da cidade e talvez o meu favorito! Culinária caiçara autoral e contemporânea deliciosa, somada a um ambiente super agradável com um excelente atendimento! Provei o Filé de peixe em crosta de pimenta e limão e risoto de palmito pupunha, que é de comer ajoelhado! Não deixem de ir e experimentar o criativo couvert da casa!
Endereço: Rua Dr. Samuel Costa, 198 – Centro Histórico – Paraty
➦ Restaurante Caminho do Ouro – Com um ambiente aconchegante e romântico, essa é mais uma bela opção de restaurante na cidade. Não deixe de provar o o filé mignon com crocante de aipim gratinado e jabuticaba – uma delícia!
Endereço: R. Dr. Samuel Costa, 236 – Centro Histórico
➦ Café Pingado – Simpática cafeteria, com opções de doces, salgados e cafés gourmets. O lugar perfeito para fazer aquela pausa estratégica para leitura, acompanhada de um delicioso café!
Endereço: Rua Dr. Samuel Costa, 11, Centro Histórico – Paraty
Espero ter conseguido transmitir aqui um pouquinho do clima de Paraty durante essa Festa Literária linda que acontece por lá e incentivado vocês a visitar a cidade nessa época tão rica em termos culturais!
Nos vemos na Flip 2020? 🙂
Obrigada pela visita!
Beijos,
Camilla
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17.08.2017
Adorei o post! Super detalhado e com todas as informações necessárias (e não tão disponíveis para o público) para ter uma FLIP incrível. Parabéns!!!
18.08.2017
Que bom que gostou! Muito obrigada 🙂
[…] é pertinho de Paraty (cerca de 50 km de distância), então, também é possível pensar em uma visita combinada às […]
[…] você curte ler e lugares charmosos, super recomendo visitar Paraty nessa época! 😉 Confira aqui todas as dicas para programar sua viagem para lá. Eu já estou com meu hotel reservado para a Flip […]
[…] você curte ler e lugares charmosos, super recomendo visitar Paraty nessa época! 😉 Confira aqui todas as dicas para programar sua viagem para lá. Eu já estou com meu hotel reservado para a Flip […]
[…] além de ser famoso por suas canções para Björk e Lars von Trier. Conheci o autor em uma Flip e adorei aprender mais sobre a literatura islandesa, tão distante da nossa realidade, mas, nem por […]